Oficina contempla socioeducandos com elementos da cultura Hip Hop em Caxias do Sul
Com a participação de 20 adolescentes da Fase, atividades promoveram a escrita e a música como instrumentos de ressocialização
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Adolescentes e jovens adultos atendidos pela unidade de internação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), em Caxias do Sul, foram contemplados com oficina cultural. Promovida pelo poeta Piedro Augusto Corrêa, a atividade abordou elementos do gênero musical, debatendo o papel da poesia como ferramenta de empoderamento da juventude e de representação cultural. O projeto também utilizou a escrita como instrumento de expressão e de ressocialização.
As atividades foram realizadas no Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Caxias do Sul (Case) e contaram com o apoio da Escola Estadual de Ensino Médio Paulo Freire, que atende aos socioeducandos. O trabalho foi realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo do Ministério da Cultura, na categoria “apoio nas linguagens artísticas e áreas culturais”.
“É muito gratificante nosso trampo possibilitar essas pontes. A molecada do Case representou no respeito, na humildade e no versado”, comemorou Piedro Augusto Corrêa, o Pi, que apresentou o seu projeto “Atentado Verbal: a revolta de um povo em Palavras”. A iniciativa tem destaque por abordar aspectos da “cultura marginal”, isto é, uma produção artística que é rejeitada e excluída de espaços de reconhecimento e visibilidade, como por exemplo, as manifestações que retratam a vida na periferia. “Fé na juventude e na poesia marginal”, completou Pi.
As oficinas, realizadas em 13 de agosto, foram marcadas por exercícios práticos, utilizando a escrita como ferramenta de expressão e de ressocialização junto aos 20 jovens participantes. Os socioeducandos também realizaram concurso de versos, as chamadas “batalhas de MC’s”, ponto alto do projeto apresentado pelo poeta.
Atendido pelo Case Caxias do Sul há 15 meses, um socioeducando conta que admira as manifestações ligadas ao Hip Hop, em especial o ritmo e as rimas presentes no gênero musical. “Achei a oficina muito bacana, muito legal o que eles ensinaram, a maneira que passaram de como compor as músicas”, disse o jovem de 19 anos. Sobre o futuro, ele espera que o “gosto pelo estilo” vire profissão. “Aprendi o básico, mas pretendo seguir em frente. Quero seguir carreira no Hip Hop”, completou o estudante do 2º ano do Ensino Médio.
O trabalho foi organizado pela psicóloga Caroline Navarini, que atua no Case Caxias do Sul. As oficinas contaram, ainda, com a participação dos MC’s William Xavier e André Lopes, da fotógrafa Priscila Minuzzo e da oficineira Francielle Minuzzo.