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Projeto desenvolvido pela Fase reforça vínculos entre socioeducandos e familiares em Caxias do Sul

Com ações e debates sobre o cotidiano, iniciativa é desenvolvida desde 2014 pelo Centro de Atendimento em Semiliberdade

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Projeto foi apresentado durante o IV Simpósio Nacional em Socioeducação realizado em Brasília - Foto: Divulgação Fase
Por Saul Teixeira - Ascom Fase

Chamado de “Encontro com Famílias na Socioeducação”, um projeto desenvolvido pela unidade de semiliberdade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), em Caxias do Sul, está fortalecendo os vínculos afetivos entre socioeducandos e seus familiares. As atividades garantem atualizações à equipe sobre a realidade familiar, identificam demandas individuais e coletivas e apontam necessidades de encaminhamentos para a rede de políticas públicas.

Desenvolvida desde 2014, a iniciativa tornou-se prática mensal desde o ano passado, sendo organizada pela Assistente Social que atua no Centro de Atendimento em Semiliberdade de Caxias do Sul (CAS), com colaboração da equipe socioeducativa. A iniciativa também conta, esporadicamente, com convidados externos da rede de atendimento do município e de profissionais ligados aos temas abordados.

Tendo como tema central a importância da família para o sucesso da medida socioeducativa, as atividades também trabalham temas como potencialidades e dificuldades familiares, benefícios da Previdência Social, formas de acesso e critérios para acesso às Políticas Públicas, Comunicação Não Violenta, Educação e Alfabetização, bem como Direitos Sociais e Cidadania.

Desde o ano passado, projeto é realizado mensalmente pela unidade de Caxias do Sul - Foto: Divulgação Fase
O projeto traz informações pertinentes às famílias e, concomitantemente, qualificam o trabalho socioeducativo. Além disso, possibilita troca de experiências entre as próprias famílias e fortalece o vínculo com a nossa equipe”, destaca a assistente social, Daniela Andrade da Anunciação, responsável pelo projeto.

Daniela Anunciação no encontro com as familiares gestantes, em 2014, no primeiro ano do projeto - Foto: Divulgação Fase
Nos encontros, que são presencias ou em formato online, participam familiares e os adolescentes e jovens adultos. Segundo a profissional, a metodologia, de forma geral, apoia-se em pilares como debates, rodas de conversa, reflexões e questionamentos dos jovens e dos familiares.

Paternidade em debate

Depois da atividade, notei que meu pai está conversando, dialogando bem mais comigo e com a nossa família”, relatou um socioeducando de 19 anos. Atendido pela Fase desde 2022, ele relatou a diferença de comportamento do pai após participar do projeto promovido pela unidade recentemente.

Em agosto e setembro, atividades trataram sobre os desafios da paternidade ativa - Foto: Divulgação Fase
Desenvolvida entre os meses de agosto e setembro deste ano, as atividades tiveram como ponto de partida a celebração pelo dia dos Dia dos Pais. Desde então, a unidade promoveu uma série de atendimentos virtuais e presenciais com os pais dos socioeducandos para propor estratégias visando o fortalecimento dos vínculos familiares.

As atividades abordaram temas ligados aos desafios da função paterna e a busca pela melhora na convivência. Também avançaram para pautas ligadas à comunicação não violenta, combate às drogas e prestamos orientações e encaminhamentos diante das demandas apresentadas pelos pais”, destacou a diretora do Centro de Atendimento em Semiliberdade de Caxias do Sul, Alexandra Bittencourt.

Além disso, nos atendimentos, aplicou-se um roteiro de questões abertas para direcionar o diálogo entre os pais e filhos. “Ser pai é ser tudo, é a maior dádiva de Deus”, registrou emocionado, um dos participantes. Outros, por sua vez, focaram nas rotinas da convivência, destacando hábitos e preferências. “Gostamos de fazer churrasco e assistir jogos de futebol”, disse mais um pai que aprova a iniciativa.

Após a oficina, um dos pais foi acompanhado por uma servidora da Fase até um Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) - Foto: Divulgação Fase
Os encontros foram concluídos com uma oficina de produção de chimarrão. “Eu achei muito bacana. Foi muito bom para refletir e importante também para a mente. É algo que vou levar para a vida (a experiência ao lado do pai)”, disse outro socioeducando, 18 anos, e atendido pela unidade de semiliberdade há três meses.

Simpósio Nacional

Em fevereiro deste ano, o “Encontro com famílias na Socioeducação – Experiências na Semiliberdade” esteve entre os cinco projetos apresentados pela Fase no IV Simpósio Nacional em Socioeducação.

Realizado na Universidade de Brasília (UnB), o evento teve como objetivo oportunizar espaço científico-profissional de socialização e de debates de estudos, resultados de pesquisa e experiências profissionais relacionadas à socioeducação.

O trabalho teve autoria da assistente social Daniela e da ex-estagiária de Serviço Social que atuava na unidade, Luana Rodrigues Vieira. O conteúdo também será apresentado no Simpósio Estadual que está sendo organizado pela Fase e que, conforme a previsão, ocorrerá até o final deste ano. 

Site FASE