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Fase promove formação para servidores com foco na leitura e na profissionalização dos socioeducandos

II Encontro de Oficineiros e I Encontro para Titulares dos Espaços de Leitura ocorreu no Ceconp, em Porto Alegre

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Atividade de formação reuniu servidores das oito regionais da Fase no Estado - Foto: Saul Teixeira - Ascom Fase
Por Saul Teixeira - Ascom Fase

A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) promoveu a primeira atividade do Calendário Pedagógico 2024, na quinta-feira (4/4), no Centro de Convivência e Profissionalização (Ceconp), em Porto Alegre. O II Encontro de Oficineiros e o I Encontro para Titulares dos Espaços de Leitura promoveram a troca de experiências e conhecimentos visando a capacitação contínua dos servidores de todas as regionais do Estado. O evento também contou com a apresentação de boas práticas desenvolvidas junto aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.

A iniciativa reuniu palestrantes — da Fase e de entidades parceiras — ligados à temática das oficinas ocupacionais de cunho profissionalizante e às práticas de leitura e escrita criativa nas unidades de internação e de semiliberdade. A atividade foi coordenada pela Diretoria Socioeducativa (DSE), por meio da Coordenação Pedagógica (CP), do Núcleo de Profissionalização e Trabalho Educativo (NPTE) e do Núcleo de Esporte, Lazer, Cultura e Espiritualidade (Nelce).

“Trabalhar com socioeducação é uma grande missão e uma enorme responsabilidade. Atividades desta natureza são fundamentais para aperfeiçoar a nossa atuação e, assim, transformar a medida socioeducativa em um espaço de inúmeras oportunidades”, destacou o presidente da Fase, José Stédile. “Além da qualidade técnica, é essencial desempenharmos nosso trabalho com afeto. No campo da leitura, por exemplo, temos belos acervos em todo o Estado, mas o que realmente fará a diferença é o papel dos servidores”, completou.

Conforme a direção-geral da Fase, uma das prioridades da gestão é ofertar a qualificação permanente dos servidores por meio de ações e espaços técnico de discussão. “Desde a pandemia de COVID-19, temos uma mudança no perfil dos socioeducandos em todo o Brasil. É fundamental investirmos na especialização para o atendimento desses jovens”, defendeu a diretora Socioeducativa, Cláudia Patel. Sobre o perfil, a gestora pontua que a população atual da Fase é composta por socioeducandos mais próximos da idade adulta, de maior comprometimento com as atividades ofertadas e, muitos, com demandas ligadas à saúde mental.

Finalizando a abertura da formação, a representante da Coordenação Pedagógica (CP), Lilian Locatelli, agradeceu ao Ceconp pela cedência do espaço. A pedagoga valorizou o momento de formação, atualização e reciclagem profissional. “O evento foi organizado com muito carinho e todas as palestras, temas e assuntos foram pensados estrategicamente. São abordagens que a CP entende como fundamentais para a qualificação do trabalho na Fase”, concluiu a chefe do Núcleo de Profissionalização e Trabalho Educativo (NPTE).

Também presentes, a Coordenadora Pedagógica, Clarissa Quadros, a chefe do Núcleo de Escolarização, Jamille Cordeiro, a diretora do Ceconp, Josiane Mônaco, além de representantes das escolas estaduais Tom Jobim e Senador Pasqualini, que atendem a socioeducandos (as) de Porto Alegre.

II Encontro de Oficineiros

A palestra da Coordenadora Estadual do Programa Gaúcho de Artesanato (PGA), Luciana Pêss, foi um dos pontos altos do II Encontro de Oficineiros. Ela tratou sobre a confecção da Carteira do Artesão em parceria com a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). A iniciativa, desenvolvida junto à Fase desde 2011, já habilitou cerca de 100 socioeducandos como profissionais autônomos. O documento é obtido após testes de habilidade.

Palestra da Coordenadora Estadual do Programa Gaúcho de Artesanato (PGA) foi um dos pontos altos do II Encontro de Oficineiros - Foto: Saul Teixeira - Ascom Fase
Também em destaque, os processos normativos para a elaboração de Projetos para a realização das Oficinas Ocupacionais, a apresentação de projetos para a captação de recursos juntos aos órgãos governamentais e parceiros, bem como os procedimentos para a solicitação de adiantamento financeiro junto à Diretoria Administrativa da Fase para viabilizar as ações pedagógicas. Os painéis foram apresentados por servidores da Fase. A coordenadora da CP, Clarissa Quadros, as gestoras da Assessoria de Informação e Gestão (AIG), Cláudia Rodrigues e Eliane Mombach e o chefe do Núcleo de Orçamento, Eudes Júnior, respectivamente.

Ações desenvolvidas nas unidades de internação e de semiliberdade marcaram parte do evento - Foto: Saul Teixeira - Ascom Fase
A apresentação de boas práticas desenvolvidas nas unidades completou a série de atividades. Desenvolvido no Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Novo Hamburgo (Case), o projeto Fênix foi apresentado pela servidora Adriana Flores Goulart. O trabalho consiste em uma Oficina de Padaria com foco na reinserção dos jovens na sociedade por meio da qualificação e do trabalho voluntário. Até o momento, mais de 4 mil pães já foram distribuídos às famílias da vila Kipling, situada próxima da unidade.

Em andamento no Case Santa Maria, a oficina de Artesanato em Costura foi detalhada pela servidora Andrea Dalla Porta Oliari. Do Case Santo Ângelo, três agentes socioeducadores trouxeram relatos das ações desenvolvidas. A servidora Lenita Maria Meneghetti falou sobre Artesanato em Crochê, a colega Márcia Elisa Fontoura tratou sobre projeto ligado à espiritualidade, enquanto as rotinas dos socioeducandos junto a Horta Orgânica da unidade foi detalhado por Augusto Ricardo Gurca.


Espaços de Leitura

O I Encontro para Titulares dos Espaços de Leitura também foi desenvolvido ao longo de toda a quinta-feira. A troca de experiências entre os agentes socioeducadores responsáveis por desenvolver ações ligadas à leitura e à escrita com os adolescentes marcou a formação.

Também em destaque, a integração entre os servidores e o compartilhamento das ações desenvolvidas junto aos livros. As atividades foram intermediadas pelo chefe do Nelce, Pedro Falkenbach Júnior e pelo analista Bibliotecário da Fase, Wellington Bucco.

O Censo Nacional de Práticas de Leitura no Sistema Socioeducativo, com recorte para o Estado do Rio Grande do Sul, foi apresentado pela advogada e pesquisadora Cristina Gross Villanova. Ela foi coordenadora de Práticas de Leitura do Sistema Prisional e Sistema Socioeducativo da Região Sul. “O estudo avaliou infraestrutura, práticas de fomento e acesso ao livro e à leitura, com o objetivo de realçar as atividades de leitura como direito fundamental”, salientou a palestrante.

A pesquisa também analisou a dinâmica do acesso à cultura, leitura e escrita por parte de adolescentes e jovens, traçando um diagnóstico das práticas de leitura em 450 unidades socioeducativas de todo o país para subsidiar a implementação do Plano Nacional de Fomento à Leitura.

O trabalho ligado à leitura no Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) do Rio de Janeiro, por sua vez, foi apresentado pela educadora Ana Clara Peixoto, que já desenvolveu projetos junto à entidade e realiza pesquisas ligadas à socioeducação desde 2018. “As atividades de leitura e escrita em ambientes de privação de liberdade possuem relação direta com a elevação da autoestima”, pontuou Ana.

Ana Cláudia Ferreira Godinho e Ana Clara Peixoto levaram suas experiências - Foto: Saul Teixeira - Ascom Fase
O evento também contou com reflexão sobre atividades de Leitura e Escrita em espaços de privação de liberdade no Brasil, apresentado pela professora e Doutora em Educação, Ana Cláudia Ferreira Godinho.

No campo das boas práticas já em andamento nas unidades da Fase, O I Concurso Literário de Escritas Natalinas realizado pelo Centro de Atendimento Socioeducativo de Santa Maria (Case) foi apresentado pela servidora Fátima de Sá. Também em destaque, o Acompanhamento Individual de Leitura desenvolvido na Comunidade Socioeducativa (CSE), em Porto Alegre, detalhado pela agente socioeducadora Dircéia Fajardo, bem como o projeto ‘Leitura Compartilhada’ realizado no Centro de Internação Provisória Carlos Santos (CIPCS), na Capital. A iniciativa foi abordada pela servidora Marilete da Silva.

“Foi uma excelente oportunidade para acompanharmos trabalhos de sucesso, um resumo do que de melhor é desenvolvido em todas as unidades do Estado. São ações realizadas com estudo, carinho e sensibilidade”, destacou a coordenadora Pedagógica, Clarissa Quadros. “E temos convicção que muitas outras ações, que não foram apresentadas hoje, também servirão de exemplos futuros”, finalizou.

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